quarta-feira, 30 de julho de 2008

EROSÃO COSTEIRA OU RECUO DE LINHA DE COSTA? O QUE ESTÁ OCORRENDO NAS PRAIAS URBANAS DE ARACAJU?


A linha de costa é sem dúvida uma das feições mais dinâmicas do planeta. Sua posição no espaço muda constantemente em várias escalas temporais (diárias, sazonais, decadais, seculares e milenares). A posição da linha de costa é afetada por um número muito grande de fatores, alguns de origem natural e intrinsecamente ligado à dinâmica costeira, e outros relacionados a intervenções humanas na zona costeira (obras de engenharia, represamento de rios, dragagens, etc.). Como resultado da interação entre esses vários fatores, a linha de costa pode avançar mar adentro, recuar em direção ao continente ou permanecer em equilíbrio. Quando a linha de costa recua em direção ao continente, fala-se que ela está experimentando erosão.O fenômeno de erosão torna-se um problema quando este constrói algum tipo de referencial fixo: estrada, prédio ou outro tipo de construção permanente , que se interpõe na trajetória de recuo da linha de costa. Desse modo, o problema de erosão, conforme apontado por vários autores, é de certa maneira causado pelo homem, pois se ninguém morasse próximo à linha de costa esse problema não existiria. Deve-se ressaltar que o problema de erosão não se restringe apenas às linhas de costa oceânicas, podendo também ocorrer em praias associadas a corpos d`água interiores, como lagoas e lagunas.Em escala mundial, alguns autores estimam que cerca de 70% das linhas de costa estejam experimentando erosão, mas o fenômeno não implica destruição da praia arenosa, como a termo, à primeira vista parece sugerir. A posição da praia simplesmente recua continente adentro durante esse processo. Desse modo alguns autores sugerem que, em vez de erosão, seja utilizado o termo “recuo de linha de costa”, visto que este último traduz de maneira mais fiel o que realmente acontece. Como o problema resulta essencialmente de um conflito entre um processo natural, o recuo da linha de costa, e a atividade humana, a sua solução passa necessariamente pela questão do uso do solo na zona costeira.
Tentativas de se estabilizar a posição da linha de costa, por intermédio de obras de engenharia (molhes, muros de contenção, etc.), têm-se mostrado ineficientes em controlar o fenômeno e comumente implicam a destruição da praia recreativa. Entretanto em alguns casos extremos, essa é a mais efetiva e rápida maneira de defesa do patrimônio público ou privado.