domingo, 3 de maio de 2009

IMPACTOS AMBIENTAIS NAS PRAIAS URBANAS DE ARACAJU

Em toda sua extensão, o conjunto de praias da cidade de Aracaju apresenta danos ambientais causados pela ação antrópica, sendo que a maioria está associado à expansão urbana. Entretanto, as atividades turísticas (lazer), também exercem uma certa influência na degradação ambiental.
Devido à fragilidade do ambiente praial, bem como suas várias formas de utilização, as atividades acima citadas destacam-se, como pode ser visto em Souza (2005, p. 130) “as praias são ambientes dinâmicos e sensíveis, que expressam múltiplas funções, entre elas, proteção costeira para os ecossistemas adjacentes, e as atividades urbanas, recreação, turismo”. Dessa forma, a análise ambiental leva em consideração a interação entre os aspectos naturais e socioeconômicos.
As principais atividades socioeconômicas detectadas na área pesquisada são: concentração de bares e restaurantes, condomínios fechados, loteamentos, e atividade industrial representada pela unidade de processamento de gás da Petrobrás. Nota-se a presença de línguas d’água e línguas negras relacionadas a macrodrenagem e esgoto sanitário, respectivamente.
A infra-estrutura de saneamento básico na área de estudo mostra-se deficitária, devido à ausência de (tratamento) esgoto dos bares e restaurantes, bem como os efluentes domésticos, gerando as línguas negras que comprometem a qualidade do lençol freático, além de prejudicar as atividades de lazer.
Em Aracaju a concentração populacional constata-se uma alta incidência de domicílios de veraneio. Como resultado da pressão antrópica na área, observa-se a presença pontual de acúmulo de resíduos sólidos junto às áreas de bares e restaurantes, além de alguns condomínios e linearmente, ao longo das praias, trazidos pelas marés, resultantes do lançamento de lixo nos corpos hídricos do município como um todo.
O trecho mais crítico de toda a área estudada ocorre na praia do Mosqueiro onde o processo erosivo apresenta uma extensão em torno de 800m, provavelmente causada pelo balanço sedimentar negativo. Como afirma Souza (et al, 2005, p. 137) “a erosão costeira é um processo natural decorrente do balanço sedimentar negativo. Entretanto, quando ela se torna severa e perdura por um longo período ao longo de toda a praia ou em trechos dela, ameaçando áreas de interesse socioeconômico e ecológico, deve merecer a atenção de cientistas e autoridades, pois a costa está em perigo de risco”. Dessa forma, é possível que a inobservância de estudos geológicos e geomorfológicos teria amenizado ou até previsto tal fenômeno. Nota-se no trecho a falha humana ao construir uma rodovia sobre um solo arenoso inconsolidado.
Cabe ressaltar que as atividades econômicas desenvolvidas na área estão inseridas em um contexto global, como afirma Souza (et al, 2005, p. 130). As características dos ambientes litorâneos combinados às múltiplas funções das praias, fazem com que as mesmas desempenhem um importante papel na economia dos países costeiros. Baseando-se nessa informação pode-se afirmar que o ideal seria atingir um uso sustentável do ambiente praial.
Nesse sentido, Gerasimov (1980 apud Ross, 2003, p. 15) afirma que, “um dos primeiros problemas a se levantar, trabalhando a questão ambiental, sem fugir do enfoque paisagem, é o da contradição que emerge entre utilizar os recursos naturais ou proteger a natureza”.

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