domingo, 20 de março de 2011

LIMITES E PONTOS EXTREMOS DE SERGIPE

Sergipe, localizado na região Nordeste, ocupa uma área de 21.862,6 km2, limita-se:

Ao Norte com Alagoas;
Ao Sul e Oeste com a Bahia;
A Leste com o oceano Atlântico.



No tocante à sua posição absoluta, Sergipe situa-se entre as latitudes sul de 9°31’ e 11°34’ e as longitudes oeste de 36°25’ e 38°14’, cujos pontos extremos são:


Ao Norte, a barra do rio Xingó, em Canindé de São Francisco;
Ao Sul, a curva do Rio Real, no povoado Barbeiro em Cristinápolis;
Ao Leste, a barra do rio São Francisco, na Ilha de Arambipe, em Brejo Grande;
Ao Oeste, a curva do Rio Real, no povoado Terra Vermelha, em Poço Verde.

O estado de Sergipe possui 75 municípios: uns são grandes como Poço Redondo (1.224,4 km2), Lagarto (939,8 km2), Porto da Folha (892,5 km2) e Amparo do São Francisco (39,3 km2), que foram agrupados em treze Microrregiões Geográficas.
AS MICRORREGIÕES DE SERGIPE SÃO:

ESTRUTURA GEOLÓGICA E AS UNIDADES DE RELEVO

Estruturas Geológica
O Estado de Sergipe possui terrenos ou rochas de várias Eras e Idades, desde as mais antigas que existem na terra até as mais recentes .
As estruturas mais antigas, das Eras Arqueozóicas e proterozóicas, constituem o embassamento cristalino e são representadas pelos grupos Estância, Miaba, Vaza- Barris e Macureré, pelos complexos Granítico e Metamórfico, os quais são formadas de granitos, gnaisses e metassedimentos que ocupam toda a região centro oeste, englobando 3 /4 do Estado. Essas rochas são normalmente resistentes e por causa desta dureza constituem os locais de maiores elevações, denominadas de “ Serras “. Como exemplos, têm-se a Serra Negra ( 750 m ), Itabaiana ( 659 m ) Miaba ( 630 m ), Palmares ( 600 m ), Comprida ( 600 m ) etc.
Os terrenos de idade intermediária, da era Mesozóica, são representadas pelos sedimentos que constituem a bacia sedimentar de Sergipe e de Tucano. As manchas dos sedimentos da bacia de Tucano afloram na porção Oeste de Estado na divisa com a Bahia. A bacia sedimentar de Sergipe localiza-se na faixa litorânea, estando melhor caracterizada na parte Nordeste do rio São Francisco até o rio Vaza-Barris. O calcário, pedra de cor esbranquiçada, utilizada na construção da casa e no fabrico de cimento e cal, é o melhor exemplo destes sedimentos. Associados com os sedimentos da bacia, também se encontram jazidas de minerais como o potássio, magnésio, sal-gema, petróleo, gás natural etc. , que ajudarão Sergipe a se tornar no futuro, um grande centro industrial.
Finalmente, tem-se os terrenos recente e atuais ( Era Cenozóica ) constituídos dos materiais dos tabuleiros ( sedimentos Barreiras ), dos aluviões e das areias das praias e dunas, veja o mapa a seguir.
Relevo:
O relevo de Sergipe é pouco movimentado, constituído por um modelado suave com áreas planas e altitudes modestas que vão aumentando em direção ao interior, interrompido localmente por elevações denominações de serras que constituem os pontos mais elevados do Estado.
Quanto a compartimentação do relevo, pode-se identificar as seguintes unidades geomorfológicas ou de relevo:
O relevo de Sergipe é pouco movimentado, constituído por um modelado suave com áreas planas e altitudes modestas que vão aumentando em direção ao interior, interrompido localmente por elevações denominadas de serras que constituem os pontos mais elevados do estado.
Quanto a compartimentação do relevo, pode-se identificar as seguintes unidades geomorfológicas ou de relevo:


Planície Litorânea

Ocorre ao longo de toda faixa costeira e é caracterizada por suas formas planas e baixas (praias e restingas) construídas pela deposição de areias e outros materiais retrabalhados pelo mar (sedimentos de praias e aluviões). As dunas, morros de areia feitos pelos ventos, representam as partes mais elevadas desta área, porém sua altitude não ultrapassa trinta metros.

Tabuleiros Costeiros

Ocorrem logo após a planície litorânea em direção ao interior; constituem baixo planalto pré-litorâneo com altitudes em torno de cem metros. Os tabuleiros próximos aos rios foram erodidos e escavados, aparecendo morros e colinas, como os observados ao longo das rodovias que ligam Aracaju a Itabaiana, a Maruim e a Itaporanga d’Ajuda.

Pediplano Sertanejo

Aparece no oeste do estado, ocupando extensas áreas aplainadas que se elevam gradativamente de 150 a 300 metros, à medida que avança para a divisa com a Bahia. É comum a ocorrência de morros residuais denominados de inselbergs que se destacam na planura generalizada da região.
Apesar desse relevo aplainado, destacam-se algumas áreas elevadas como a Serra Negra, no município de Poço Redondo, divisa com a Bahia, Com altitude de 750 metros, o ponto culminante do estado.
Planalto do Sudoeste e da Serra Negra

Constitui um maciço residual de topo aplainado com os seus rebordos apresentando inúmeras elevações em torno de 500 metros, como as “serras” das Aguilhadas, Jabiberi, Boqueirão, Macota, Cajaíba, Palmares etc., municípios de Riachão dos Dantas, Tobias Barreto, Poço Verde e Simão Dias.

ACIDENTES GEOGRÁFICO LOCALIZAÇÃO ALTITUDE
Serra Negra Poço Redondo 750
Serra de Itabaiana Itabaiana 650
Serra de Gougogi Tobias Barreto 600
Serra dos Palmares Riachão do Dantas 550
Serra do Curral Novo Riachão do Dantas 550
Serra do Boqueirão Riachão do Dantas 500
Serra Carnaúba Riachão do Dantas 500
Serra dos Oiteiros Lagarto 500
Serra do Cajueiro Itabaiana 500
Serra da Miaba Campo do Brito 500
Serra Comprida Areia Branca 400

OS RIOS E AS BACIAS HIDROGRÁFICAS


Os rios são cursos de água que correm sobre um vale e deságuam num lago, em outro rio ou diretamente no oceano. O conjunto formado pelo rio principal e seus afluentes chama-se rede hidrográfica ou fluvial. A porção de terras banhadas por estes rios interligados denomina-se bacia hidrográfica.
O rio principal de uma rede fluvial é que dá o nome à sua bacia hidrográfica, como é o caso da bacia fluvial do rio Sergipe, que tem como rio principal o Sergipe.
Os rios podem ter água corrente durante todo o ano, nunca secando, e por isso são chamados de perenes, ou podem cortar, isto é, secar, durante a estação seca, constituindo os rios temporários. Um mesmo rio pode ser temporário na sua nascente e perene próximo a foz, como a maioria dos rios sergipanos que tem as suas cabeceiras na região semi-árida.
As águas dos rios da região de clima semi-árido têm, em sua maioria, sabor salgado, por causa da dissolução pelas chuvas dos sais existentes na superfície do solo. Estes sais foram depositados pelas águas que se evaporam durante os períodos de estiagem. Na faixa de clima subúmido, a ocorrência de chuvas durante vários meses do ano dificulta a precipitação destes sais, e as águas dos rios são doces, isto é, sem gosto de sais. O estado de Sergipe possui seis bacias hidrográficas:

- São Francisco;
- Japaratuba;
- Sergipe;
- Vaza-Barris;
- Piauí;
- Real.

Bacia do Rio São Francisco

É a maior, apresentando inúmeros afluentes ou tributários, todos da margem direita, como o Jacaré, Capivara, Gararu, Betume etc. O rio São Francisco nasce em Minas Gerais e banha a Bahia e Pernambuco antes de chegar a Sergipe. Uma parte do seu curso, do rio Xingó à foz, numa extensão de 236km, percorre terras sergipanas, servindo como divisa com Alagoas. Atualmente, este rio vem adquirindo grande importância, uma vez que as cidades e povoados do Alto Sertão Sergipano estão sendo abastecidas de águas bombeadas do rio São Francisco através dos sistemas de adutoras. Inclusive Aracaju teve o seu abastecimento de água melhorado devido a construção de uma adutora que capta água do rio São Francisco em Propriá.
Bacia do Rio Japaratuba

É a menor do estado este rio 92km de extensão. Nasce na divisa dos municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso e deságua no oceano Atlântico, próximo à cidade de Pirambu. Apresenta inúmeros afluentes, sendo os mais importantes o Siriri, o Riachão e o Lagartixo, na margem esquerda. O rio Japaratuba possui planície aluvial muito larga, principalmente nos municípios de Japaratuba e Capela, onde tem se desenvolvido a cultura da cana-de-açúcar.

Bacia do Rio Sergipe

A mais importante, uma vez que engloba o centro norte do estado e a Cotinguiba, áreas produtoras de cereais e cana-de-açúcar e criadoras de gado (Itabaiana, Moita Bonita, São Miguel do Aleixo, Nossa Senhora da Glória, Laranjeiras, Riachuelo, Nossa Senhora do Socorro etc).

Rio Sergipe

Nasce na Serra de Boa Vista no município de Poço Redondo, próximo a serra Negra, na divisa com a Bahia e deságua no oceano Atlântico, entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros. Seus principais afluentes, pela margem esquerda, são os rios Cágado, Ganhamoroba, Caípe, Paramirim e Salgado; pela margem direita, o Cotinguiba e Jacarecica, como principais, e ainda Jacoca, Melância, Poxím, Sal e Pitanga. O vale do rio Sergipe é fértil, produz coco próximo a foz, cana-de-açúcar na parte média (Cotinguiba) e algodão, milho e feijão na região seca, isto é, nas suas nascentes. O seu curso possuí 150km de extensão e a partir de Nossa Senhora das Dores torna-se perene, sendo navegável por 42km, da foz até Riachuelo.
O abastecimento de água para grande parte de Aracaju é feito através do represamento dos rios Poxím e Pitanga, afluentes do rio Sergipe.

Bacia do rio Vaza-Barris

Compreende terras que pertencem aos estados da Bahia e Sergipe. O rio Vaza-Barris nasce na serra de Itiúba, próximo a Canudos, Bahia, penetra em Sergipe entre os municípios de Simão Dias e Pinhão e deságua no oceano Atlântico através de amplo estuário, próximo ao povoado Mosqueiro, separando os municípios de Aracaju e Itaporanga d’Ajuda. Apresenta em seu curso inferior uma planície aluvial larga, que se estende da cidade de Itaporanga d’Ajuda até a foz.

Os principais afluentes do rio Vaza-Barris em Sergipe, pela margem direita são os rios Ribeira, Tejupeba e Xinduba; pela esquerda, os rios Salgado, Traíras, Jacoca e o riacho da Lomba.

Bacia do rio Piauí

É a segunda do estado em extensão, perdendo somente para a do São Francisco. O rio Piauí tem 132 quilômetros de extensão, nasce na serra dos Palmares no município de Riachão do Dantas e drena as terras da região centro-sul, grande produtora de laranja, fumo e maracujá. A maioria dos seus afluentes é perene, destacando-se os rios Piauitinga (que banha Estância), Fundo, Caiça, Jacaré e Machado pela margem esquerda e os rios Arauá, Indiaroba e Pagão pela margem direita.

Bacia do rio Real

O rio Real nasce na serra do Tubarão, em Poço Verde, na divisa com a Bahia, separando este estado do de Sergipe ao sul e sudoeste. Apenas a margem esquerda do rio Real banha terras sergipanas, que apresenta os rios Jacarezinho, Jabiberi, Paripe e Itamirim como principais afluentes. Deságua no oceano Atlântico juntamente com o rio Piauí, através do imenso estuário (estuário dos rios Piauí-Real, conhecido como estuário do Mangue Seco).

CLIMA

A Chuva

A chuva (precipitação pluviométrica) é dentre todos os elementos do clima o que tem maior influência sobre a superfície da Terra e sobre os homens, uma vez que a sua variação pode implicar consequências danosas como secas, enchentes, inundações, desabamentos etc.
O que mais caracteriza a chuva em Sergipe é a sua distribuição anual, concentrada em determinada época do ano, o que define uma estação chuvosa e uma estação seca com chuvas de trovoadas e aguaceiros rápidos. O período chuvoso é de outono-inverno e o seco, de primavera-verão, o que permite enquadrar este clima no regime pluviométrico de tipo mediterrâneo. Maio é o mês mais chuvoso, enquanto que dezembro e janeiro são os mais secos.
No litoral, as chuvas são mais abundantes, caindo mais de 1.400mm durante vários meses do ano. À medida que se avança para o interior, vão diminuindo, tornando-se mais escassas e irregulares, atingindo em alguns locais menos de 500mm anuais com oito meses secos, como nos municípios de Poço Redondo, Canindé de São Francisco e Porto da Folha, no Alto Sertão Sergipano.
A diminuição das chuvas na direção do interior deve-se à orientação do relevo que se eleva suavemente neste sentido e à atuação dos sistemas meteorológicos que favorecem o litoral por causa das penetrações da Frente Polar Antártica e das Ondas de Leste, responsáveis pela ocorrência de chuvas nesta faixa, principalmente no outono e inverno.

TIPOS DE CLIMA EM SERGIPE

O clima em Sergipe é zonal, controlado pelos sistemas tropical e equatorial e compreende um clima litorâneo subúmido, sob forte influência dos alísios de sudeste, e um clima tendente a seco na porção interiorana, devido às irregularidades dos sistemas meteorológicos responsáveis pela queda de chuva.
Assim, define-se para Sergipe um domínio de clima quente com temperaturas médias mensais superiores a 18°C e de regime mediterrâneo. Em função da maior ou menor duração do período seco, têm-se os seguintes subdomínios climáticos ou tipos de clima.


- Subúmido;
- Transição semi-árida;
- Semi-árido brando;
- Semi-árido acentuado.





A COBERTURA VEGETAL

A vegetação representa o elemento do quadro natural mais facilmente modificado pelo homem. Enquanto se passa mais de uma geração para se notar mudanças de um morro, um rio, um solo, a cobertura vegetal pode ter suas alterações observadas em espaços de tempo muito curto. Até uma criança percebe a retirada de uma árvore da rua de sua casa, o desmatamento ao longo das estradas, a derrubada e o aterro dos mangues.
A cobertura vegetal primitiva de Sergipe está praticamente extinta. As matas e florestas quase não existem mais, pois foram queimadas e derrubadas para que em seu lugar fossem plantadas cana-de-açúcar, algodão, cereais.
Houve muito desmatamento também para a formação de pastagens, a fim de obter lenha para os fornos das olarias, padarias, locomotivas dos trens e os fogões das casas etc.
Apenas algumas manchas dessas formações vegetais restam atualmente, recobrindo, no conjunto, menos de 5% do território sergipano, isto é, uma área inferior a 1.000km2.


TIPOS DE VEGETAÇÃO

Antes da colonização, Sergipe possuía uma cobertura vegetal constituída de formações que se sucediam em faixas mais ou menos paralelas ao litoral. Hoje, pode-se identificar os seguintes tipos de vegetação em Sergipe:


Vegetação Litorânea

Representada pelos campos de dunas, matas de restinga e manguezais; ocupa toda a faixa costeira indo até onde a influência do oceano se faz sentir.

Campos de Dunas

São uma vegetação herbácea, pois a ação da brisa marinha impede o desenvolvimento dos arbustos e das árvores. Ocorre ainda hoje ao longo de todo o litoral, servindo para fixar as dunas móveis. Entre os vegetais, que os compõem, estão salsa-da-praia, capim gengibre, feijão-da-praia etc.

Matas de Restinga

Constituem uma vegetação baixa, xeromorfa, formada de arbustos perenifólios e moitas com espécie de plantas suculentas, separadas por gramíneas que recobrem o solo. À medida que se distancia da linha da praia, surgem, na mata de restinga, árvores de até quinze metros de altura que pouco a pouco, vão substituindo os arbustos. Encontram-se ananás, sambaíba-de-praia, angelim, cajueiro, oitizeiro, pitombeira, oricurizeiro, araçazeiro etc. Ocorrem ao longo da costa, logo após os campos de dunas, sendo mais bem representadas na faixa costeira dos municípios de Pirambu, Estância e Pacatuba.

Manguezais

Vegetação compacta e homogênea, são constituídos por várias espécies de mangues que vêm sendo impiedosamente arrasados, ora para a fabricação de carvão, ora para dar lugar a aterros, como os da Coroa do Meio e da Terra Dura e construções civis (conjuntos habitacionais, rodovias), ora para utilização como combustível nas padarias e indústrias, apesar de formarem um geossistema de vital importância para a vida marítima e um eficiente meio natural de controle da ação do mar sobre o litoral.
Assim, o último ambiente florístico preservado que resta vem sendo depredado, gerando desequilíbrio ecológico com extinção de várias espécies animais e vegetais, colocando em risco a sobrevivência das populações de pescadores que retiram seus sustentos deste ambiente.
Os manguezais ocorrem na desembocadura dos principais rios do estado, sendo mais significativos no estuário dos rios Piauí-Real e do rio Vaza-Barris, em face das depredações nas outras áreas de ocorrência. Durante muito tempo, esta área permaneceu intacta devido à salinização,
à pobreza do solo e à deficiência de drenagem, o que torna os manguezais praticamente imprestáveis para fins agrícolas. Contudo, a constante procura de terrenos próximos ao mar para fins de recreação e lazer tem valorizado bastante os manguezais, os quais são aterrados para, em seu lugar, serem construídos clubes sociais, chácaras, conjuntos habitacionais etc.

Floresta Atlântica

Estendia-se do limite da vegetação litorânea até uns quarenta quilômetros de largura em direção ao interior, continuando pela Bahia ao sul, e Alagoas ao norte. Era floresta fechada com árvores altas de troncos grossos e retilíneos, cujas folhas permaneciam verdes o ano inteiro (plantas perenifólias) o que lhe dava aspecto de pujança e beleza. Em direção ao oeste, o porte das árvores ia diminuindo e começavam a aparecer plantas com folhas
caducas (que perdem folhagem durante parte do ano).
A Floresta Atlântica atualmente encontra-se muito devastada, existindo somente nos topos de algumas colinas e sopé de serras. Estas manchas são, entretanto, matas secundárias pois, com a extração da madeira de lei, restam apenas espécies de pouco valor comercial. Ainda se apresentam com três estratos, sendo um herbáceo, um arbustivo e o outro arbóreo.
O estrato arbóreo apresenta árvores que chegam a dois metros de diâmetro e trinta de altura, com folhas perenes e latifoliadas, como gameleira, visgueiro, ingá-poca, jequitibá, pau-brasil, jatobá. No estrato arbustivo, tem-se candei, jurema e bambu, enquanto no herbáceo se destacam a grama-de-burro, o junco e a tábua.

Mata do Agreste

Constituída por associações vegetais com árvores de folhas perenes ou caducas, sendo, pois, uma formação florestal com plantas do litoral e do sertão. Apresenta árvores de até 20 metros de altura de onde descem muitos cipós (mata de cipó), porém é menos exuberante que a floresta Atlântica.
À medida que se aproxima do sertão, as árvores perenifólias vão diminuindo de tamanho e quantidade, dando lugar às plantas caducifólias (mata seca). Hoje, a devastação destas matas foi quase total, porém algumas manchas ainda existem em Frei Paulo, Riachão do Dantas, Areia Branca e Itabaiana. Cedro, aroeira, sucupira, jaqueira, mulungu, pau-d’arco, peroba, baraúna, são algumas das árvores da mata do agreste.

Caatinga

É a vegetação típica do semi-árido sergipano, que ocupava toda a parte oeste do Estado. Caracteriza-se por ser arbustiva, rala, recobrindo parcialmente o solo com plantas adaptadas às secas e estiagens prolongadas (xeromorfismo). É constituída de cactáceas, poucas árvores e muitos arbustos de troncos tortuosos e de folhas caducas. Durante o período sem chuvas, as plantas perdem suas folhas, ficando somente os talos e os troncos secos com seus espinhos, exceto o juazeiro, que permanece

verde e com folhas o ano inteiro. A caatinga é uma
formação não florestal heterogênea e, de acordo com a quantidade de chuvas que cai na área e do tipo de solo, ela pode se apresentar rala ou fechada, baixa ou alta, com muita ou pouca árvore ou arbustos. Em Sergipe, pode-se identificar dois tipos de caatinga:

Caatinga Arbustiva Densa

Conhecida também como caatinga hipozerófila. É encontrada em áreas com períodos de até sete meses secos, principalmente nos municípios de Gararu, Porto da Folha, Simão Dias, Carira, Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre de Sergipe, Pinhão, Poço Verde e Tobias Barreto. Apresenta muitos arbustos tortuosos e de porte alto, o que lhe dá aspecto fechado, porém sua ocorrência é descontínua, pois não recobre totalmente o solo.

O que caracteriza esta formação é a predominância de caatinga-de-porco, arbusto que representa 90% da área recoberta por todas as espécies existentes. Contudo, nota-se a ocorrência de plantas de floresta Atlântica, como o cedro. Além destas plantas, encontram-se mata-pasto, marmeleiro, baraúna, barriguda, umbuzeiro, facheiro, mandacaru e juazeiro.

Caatinga Arbórea Aberta

Também denominada de caatinga hiperxerófila, é a formação de clima mais seco, onde as árvores mais altas não aparecem, e o solo se encontra normalmente desnudo. Apresenta as mesmas espécies vegetais da caatinga hipoxerófila, porém em menor número mais espaçadas. A caatinga-de-porco é substituída por pereiro e favela, ocorrendo nos municípios de Poço Redondo, Porto da Folha, Canindé de São Francisco, Gararu e Monte Alegre de Sergipe.
Cerrado

Em Sergipe é possivelmente resultante da degradação ou pobreza dos solos, ocasionado pela retirada da cobertura vegetal primitiva. Caracteriza-se por apresentar vegetação de gramíneas com manchas isoladas de árvores e arbustos de troncos tortuosos e casca dura, como murici, sambaíba, candeia e várias espécies de capim de tabuleiro. O cerrado aparece nos municípios de São Cristóvão, Itabaiana, Itaporanga d’Ajuda, Estância, Neópolis, Pacatuba, circundando a floresta Atlântica ou a mata do Agreste (encosta das serras).
A pobreza dos solos faz com que as poucas árvores e arbustos não atinjam três metros de altura e que o próprio solo seja revestido por um tapete de gramíneas (capim de tabuleiro).
Atualmente, as manchas de cerrado de Neópolis e Pacatuba vêm sendo derrubadas para ceder lugar à cultura de cana-de-açúcar e pastagem, diminuindo ainda mais o revestimento florístico.

REGIÕES GEOECONÔMICAS DE SERGIPE
Para uma melhor organização político-administrativa e econômica do estado, os municípios foram agrupados, formando regiões.
A mais antiga regionalização que se conhece, mas ainda hoje utilizada, foi elaborada com base na atividade econômica predominante e apresenta as seguintes regiões: Litoral, Cotinguiba, Agreste, Baixo São Francisco e Sertão.


Litoral – corresponde à faixa costeira, onde está a capital. Identifica-se principalmente pela produção de coco.
Cotinguiba – região bem individualizada, localizada nos vales dos rios Cotinguiba, Sergipe e Japaratuba, berço da oligarquia sergipana, é uma tradicional zona canavieira.

Agreste (pecuarista, policultor e citricultor) – região de transição, localizada entre o Litoral e o Sertão, e se caracteriza pela grande concentração de população rural, voltada para os cultivos de subsistência (feijão, milho, mandioca, legumes e verduras), frutas cítricas, maracujá, fumo e criação de gado leiteiro.
Baixo São Francisco – uma região ribeirinha voltada para o cultivo de arroz sob a forma de parceria e arrendamento. A rizicultura da região é favorecida pela ocorrência de lagoas e extensas várzeas que são alagadas durante as enchentes do rio São Francisco.
Recentemente, a CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) e o Governo do Estado implementaram na região modernos sistemas de irrigação, visando a produção de arroz e frutas (Betume, Cedro, Pindoba, Cotinguiba e atualmente o Platô de Neópolis).

Sertão – representado por toda a parte oeste do estado, é o domínio da caatinga, da pecuária extensiva e das grandes propriedades (fazendas de gado).
INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Classificação
O índice varia de zero até 1, sendo considerado:
• baixo, entre 0 e 0,499;
• médio, de 0,500 a 0,799;
• elevado, quando maior ou igual a 0,800
É provável que Aracaju alcance um IDH maior que 0,800, obtendo assim, um Índice de Desenvolvimento Humano elevado.
Dados do IDH 2000
• Baixo: Nenhum município
• Médio: 75 municípios
• Elevado: Nenhum município
Uma volta na Lagoa Redonda
Pirambu, SE



Um riacho avermelhado dançando e tocando os pés de diversas dunas. A imagem me faz lembrar também a figura poética que o grande Manoel de Barros soltou ao brincar com um riacho que passava atrás de sua casa. Uma cobra de vidro¹, disse certa vez o poeta de Mato Grosso do Sul. Mas o local onde a natureza mostra suas artimanhas e desperta imaginação de poetas aqui é outro. Lagoa Redonda, litoral norte de Sergipe. Um oásis com a “pequena” vantagem de não ter nenhum grande deserto para atravessar.
E é pertinho de Aracaju. No máximo uma hora de carro. Logo ali depois da entrada para a sede do município de Pirambu. Existe uma placa indicativa alguns quilômetros depois de passar pela cidade na margem direita da SE 204. Já na estrada é possível observar o ecossistema litorâneo de dunas, manguezais e várzeas. Natureza rica e diversa que faz parte da Reserva Biológica Santa Isabel. No acesso ao povoado de Lagoa Redonda, ruas de pedras, pequenas igrejinhas, muitos coqueiros.
O percurso finaliza em frente a um pequeno riacho avermelhado. A paisagem é uma gostosa massagem nas vistas do vivente. E segundo a dona do “Dunas Bar e Restaurante” (pequeno barzinho ao lado do riacho), uma massagem também em qualquer mente aborrecida. “Ontem mesmo chegou um casal que estava brigado. Passaram o dia por aqui e quando foi no final da tarde já tinham feito as pazes”, disse Maria José da Cruz Alves, 40 anos. A poucos metros e também participando da conversa está Nilton Santos, 34, que mora na área e vez em quando ajuda Maria. Nilton está sentado em uma mesinha curtindo o visual e degustando uma cervejinha, o detalhe é que a mesa e as cadeiras estão dentro do riacho. Hidromassagem melhor não existe. “Tudo aqui é bom, não tem como ficar estressado”, falou o morador.

O passeio pode ser a pé pelo riacho. Subir as dunas requer um certo esforço físico e se o sol estiver muito quente é bom levar algum calçado. Protetor solar, então, nesse caso, é indispensável. A vista lá de cima compensa o esforço. O azul do alto mar, o pequeno riacho serpenteando a paisagem, o branco das dunas e o verde da vegetação nativa... é de tirar o fôlego... e ficar na memória para o resto da vida. Se o horário do passeio for ao final da tarde ou de manhã cedinho, nos dias sem muito movimento, é possível ver sagüis e algumas aves nativas.
Na volta, Nilton ainda está lá, com seu jeito manso. “Pegaram caju? Ouuxe.. não?! Então vamo ali. É rapidinho”. No caminho Nilton fala que também acha o lugar lindo, mas muitos visitantes ainda não respeitam o local. Toda segunda, a comunidade recebe sacos de lixo para recolher o que foi deixado. “A Petrobrás [responsável por extração de petróleo, no município] e o Ibama deveriam colocar algumas placas e tonéis em certos locais”, disse Nilton mostrando, depois, qual o cajueiro tinha um caju mais doce.

O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia voltqa atrás de casa Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que
fazia uma volta atrás de casa. Era uma enseada. Acho que o nome empobreceu a imagem"
- MAnoel de Barros - O Livro das Ignorãças in Uma didática da invenção


Onde fica?
Partindo de Aracaju é mais rápido e mais tranqüilo ir ao município de Pirambu pela nova ponte que liga Aracaju ao município de Barra dos Coqueiros. Depois de atravessar a ponte segue-se pela estrada SE 100 em direção a Pirambu. Pela SE 204 e passando pela entrada da cidade, cerca de 5 km depois chega-se ao acesso de Lagoa Redonda à direita da estrada. Sobe uma pequena ladeira e entra à direita de novo em um pedaço de asfalto (não se iluda é apenas um pedaço – mas a estrada de barro chega a ser melhor do que o asfalto). Seguindo em frente, vai passar pelo povoado até chegar no riacho da Lagoa Redonda.

Por que ir?

Escalar dunas, banho em um riacho morno, apreciar um belo visual e, dependendo da época, ainda comer uns cajuzinhos de quebra.

Quando ir?

Qualquer época do ano. Nos meses mais chuvosos (de abril a julho) o riacho fica maior. Recomendo um horário mais cedo até antes das 9h ou depois das 15h30. Com o sol mais fraco e possibilidade de admirar mais a beleza local.

Quem vai?

Moradores da região, amantes da natureza, caçadores do pôr e do nascer do sol.

LAGOA REDONDA